"Existe um grande interesse da classe patronal em um novo governo que permita tornar a mão de obra brasileira mais barata".
O assunto é polêmico, há parcelas consideráveis da população que apoiam o
afastamento da atual presidente, e há também quem o recuse com
veemência. Entre estes dois setores opostos, há um número maior ainda de
cidadãos que não têm uma opinião muito bem formada sobre o assunto ou
sequer tem ideia do que motiva essa "guerra". Entre os que saem às ruas
pedindo a saída de Dilma, muitas vezes falta informação sobre como
funciona o processo, e quem assume no caso do afastamento.
Alguns fatos nos dão pistas do que pode vir junto com um impeachment.
A FIESP (que é a Federação das indústrias que reúne os patrões da indústria em São Paulo) tem apoiado os chamados "amarelos", inclusive servindo filé mignon de almoço e oferecendo a rede wi-fi para quem estivesse favorável à causa. Portanto, já temos uma pista: existe um grande interesse da classe patronal em um novo governo que permita tornar a mão de obra brasileira mais barata, com a aprovação de vários projetos que reduzem direitos dos trabalhadores, entre eles o projeto de lei que amplia as terceirizações, reduzindo salários. Não se engane: quando foi que seu patrão te deu alguma coisa de graça?(...)
Democracia
Estamos no período mais longo de democracia ininterrupta da história
brasileira, portanto temos a oportunidade de aperfeiçoarmos nossos
mecanismos de participação. Dilma Rousseff foi eleita com 54 milhões de
votos, se dentre estes milhões o seu voto não está, espere até a próxima
eleição. Se você pede a saída de alguém legitimamente eleito e que não
cometeu nenhum crime de responsabilidade (única justificativa para um
impeachment, de acordo com a Constituição), você está do lado de quem
quer um golpe. E, diga a verdade, você quer mais um golpe na história do
seu país?