Escola também é lugar para falar sobre política!
No contexto geral das escolas brasileiras, o ensino e a promoção de atividades ligadas à política ainda caminham de modo confuso. Os desdobramentos dessas falhas no ensino, e, principalmente, suas causas são apontadas pelo professor Mário Sérgio Cortella, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), que vê problemas semelhantes na educação de uma geração anterior. “O erro começa quando se tenta impor esse assunto. O importante é aprender as noções de comunidade e isso tem início na prática”, afirma Cortella. É justamente a ideia de comunidade que deve ter o lugar central no debate nas escolas, de acordo com o professor. Para ele, mais do que ensinar o funcionamento do estado e da administração pública, a necessidade é promover o convívio e o respeito recíproco como pontos comuns dentro dos componentes curriculares já existentes. “Esses elementos não devem vir como o que hoje está disseminado como conteúdos ‘extracurriculares’. Isso dá a ideia de um penduricalho, algo à parte da educação”, diz ele.
O professor ensaia algumas explicações para esta carência na educação brasileira. O fato de a democracia ainda ser muito recente no país, assim como o equívoco de reduzir o tema apenas à questão partidária seriam alguns dos frequentes tropeços dados pelo Brasil no tema. Como consequência, muitas vezes a escola acaba por afastar crianças e jovens do assunto – distância que em vários casos se mantém por boa parte da vida adulta.
Um dos maiores especialistas no assunto educação e política, o filósofo Mário Sérgio Cortella, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), considera que alguns problemas ainda insistem em travar o bom diálogo sobre política em sala de aula. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele aponta alguns dos principais, como o tratamento errado dos termos política e cidadania.
Tratar de política dentro da escola ainda é algo pouco comum no Brasil. É possível determinar os principais motivos disso?
Em primeiro lugar, temos uma democracia ainda muito jovem. O país tem 511 anos e sua democracia plena não tem nem 25 anos, sendo seu marco a Constituição de 1988. Durante esse tempo, tivemos momentos rarefeitos de inclusão da sociedade nas decisões. E um modelo com participação restrita acaba tendo reflexos dentro da escola, onde o debate sobre esses temas acabava não acontecendo. Se formos lembrar, a geração anterior teve aulas de Educação Cívica, que eram impostas e se tornaram indesejadas. Com isso, os pais dos alunos de hoje também valorizam pouco a discussão da política no cotidiano.
Fonte: Gazeta do Povo Publicado em 04/10/2011 | LUIZ FELIPE MARQUES
4 comentários:
Dei uma passada rápida pelo teu blog e gostei. Recheado de assuntos interessantes. Volto com mais calma. Mario (amadigi1948.blogspot.com
Olá Professor Mário José Amadigi, ex-Prefeito da cidade de Querência do Norte.
Saiba que sempre fui um admirador da sua atuação como Prefeito e como Professor. Espero qualquer dia poder reencontrá-lo para uma boa conversa.Um grande abraço. Lembranças para o Fausto.
obs: Também gostei do teu blog!
olá professor achei interessante essa matéria e do blog. Mas acho que deveria ser debatido mais nas escola política. acho que isso vai ajudar a formar cidadães conscientes sobre seus direitos e deveres.
Olá Romário,
Primeiro eu quero te parabenizar pelo seu interesse em política, eu como vc comecei a me interessar por Política ainda muito jovem, comecei participando do Movimento Estudantil, participei da fundação do Grêmio Estudantil Florestan Fernandes, fui secretário geral e depois Presidente por dois anos e confesso que me ajudou bastante na minha formação política. Quanto a sua opinião eu tb concordo, acredito que a Política precisa voltar a fazer parte do ideário do jovem, e o ambiente escolar pode sem sombra de dúvida ser esse caminho para despertar no jovem o interesse e principalmente a sua participação, somente dessa forma estaremos contribuindo absolutamente para a verdadeira emancipação política tornando-o um cidadão pleno, conhecedor de seus devers e dos seus direitos.
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